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Por que invisíveis?
“Mulheres são como fantasmas na arquitetura moderna: presentes em todos os lugares, cruciais, mas estranhamente invisíveis.” (Beatriz Colomina, 2010)
Ao observar uma coleção de livros que compilava a vida e obra de “grandes arquitetos”, um fato salta aos olhos: a coletânea era formada por dezoito exemplares, cada um deles sobre um nome importante da arquitetura. E entre esses dezoito, havia apenas uma mulher: Zaha Hadid, ganhadora do Prêmio Pritzker.
Diante dessa situação, iniciamos uma tentativa de recordar os nomes frequentemente mencionados durante os estudos de Arquitetura e Urbanismo em nossa graduação. Assim como na coletânea, apenas Zaha é estudada, sendo Lina Bo Bardi às vezes mencionada. Às vezes.
Assim como seus nomes e carreiras, as obras dessas e de muitas outras arquitetas permanecem esquecidas na sombra do tempo ou conhecidas sob o prestígio de algum grande arquiteto. Como mencionado em um artigo publicado no The New York Times, “A maioria das arquitetas do sexo feminino ouviu as histórias de horror”: a ascensão de Mies Van der Rohe ao panteão dos mestres do Modernismo enquanto Lilly Reich morria na pobreza e anonimato. Le Corbusier vandalizando a Casa E-1027, obra-prima de Eileen Gray no Sudeste da França. Robert Venturi aceitando o Prêmio Pritzker em 1991, enquanto sua companheira e sócia Denise Scott Brown não foi nem citada”.
Enquanto no Brasil (censo realizado pelo CAU/BR em 2013) há uma supremacia das mulheres no exercício da arquitetura – 61% dos profissionais registrados -, na Inglaterra esse número cai para 22% (Architects Journal). Nos EUA apenas 18% das premiações (AIA, ACSA e Pritzker) foram dadas às mulheres, e os números são ainda mais chocantes quando dizem respeito à filhos, autoridade da mulher no canteiro de obra e diferenças salariais.
Frente a esse fato e ao cenário social e profissional no qual vivemos, é impossível negar que essas estatísticas irão sofrer grandes mudanças, seja porque as mulheres tendem a ocupar cada vez mais espaço no mercado de trabalho (espaço antes exclusivo dos homens), seja porque o machismo e o sexismo estão em constante debate, trazendo à tona e expondo os preconceitos aos quais as mulheres são diariamente submetidas.
Tendo em vista essa mudança de panorama e a falta de visibilidade (e representatividade) que as mulheres continuam enfrentando, o coletivo Arquitetas Invisíveis surgiu como uma ação para dar espaço e voz às geniais mulheres que são não só arquitetas, mas também artistas e representantes de um tempo. Mulheres merecedoras do nosso prestígio e dedicação, tanto por sua história de vida, quanto pelo excepcional trabalho que desenvolveram ao longo dos anos.
O site e a revista Arquitetas Invisíveis são oportunidades de apresentar essas mulheres multitalentosas e sua extensa e qualificada produção. Enquanto o site funcionará como um banco de dados, a revista irá abrir oportunidades para troca de saberes entre as pessoas/grupos que querem se aprofundar no assunto. Um momento capaz de promover, ao mesmo tempo, uma experiência de conhecimento e admiração diante dessas obras, e também de refletir criticamente sobre a arquitetura e o mundo em que estamos inseridas/os.
POR QUE
INVISÍVEIS?